A vagar pela existência
No mundo de ideias cheio
Descobri toda a demência
Desse insano devaneio
Nesta vaga aparição
De que o mundo está farto
Reluto em negação
De que o fim já é no parto
Aquilo que era instinto
Transformou-se em conveniência
Para não sair do seu recinto
Com medo de alçar à consciência
Cada grito e cada gemido
Provém daquilo que cria
Depois de ter negar ter percebido
Que a existência é vazia
Cessa o conceito
Quando se abre o estio
Da morte no leito
Só resta o vazio
O sonho do inconsciente
Só alegria e felicidade
Da loucura que é vertente
Só ela traz a verdade
O mundo que se inventa
O viver instituído
Não saiu de sua placenta
Não se sabe o seu sentido
Do amor só resta o complexo
Do sentir desvirtuado
E nesse sentir desconexo
Onde está o ser amado?
O que deve ter sentido
E ainda é porvir
De nada é contido
Não traz o que sentir
Nessa lápide lacrada
Quando nada pode conter
O que outrora era formosura
Não mais pode ser
Nessa imoral odisséia
Que o próprio homem criou
O final é de velada platéia
Pela morte que trilhou
Ao que suspira
Lhe sai a inspiração
Da vida que expira
Ao vazio de cada pulmão.
Jõao Sérgio de Campos
3ªº EEB Carlos Techentin
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